MAIS FOME: Salário Mínimo deveria ser de R$ 5.351,11 para garantir necessidades básicas segundo DIEESE




O salário mínimo ideal para garantir as necessidades básicas de uma família e exorcizar o fantasma da fome, deveria ser de R$ 5.351,11 em maio de 2021, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em abril, o valor havia sido de R$ 5.330,69.


O Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), indica que nos últimos meses do ano passado 19 milhões de brasileiros passaram fome e mais da metade dos domicílios no país enfrentou algum grau de insegurança alimentar.


A sondagem inédita estima que 55,2% dos lares brasileiros, ou o correspondente a 116,8 milhões de pessoas, conviveram com algum grau de insegurança alimentar no final de 2020 e 9% deles vivenciaram insegurança alimentar grave, isto é, passaram fome, nos três meses anteriores ao período de coleta, feita em dezembro de 2020, em 2.180 domicílios. De acordo com os pesquisadores, o número encontrado de 19 milhões de brasileiros que passaram fome na pandemia do novo coronavírus é o dobro do que foi registrado em 2009, com o retorno ao nível observado em 2004.


O mínimo ideal que deveria ser vigente em maio de 2021 é quase cinco vezes superior ao piso nacional vigente, de R$ 1.100. Para chegar ao valor, o órgão calcula o gasto necessário para sustento de uma família de quatro pessoas, considerando dois adultos e duas crianças, com base na cesta de alimentos mais cara do país.



Entre abril e maio de 2021, o custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 14 das 17 cidades analisadas. A cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 636,96), seguida pelas de São Paulo (R$ 636,40), Florianópolis (R$ 636,37) e Rio de Janeiro (R$ 622,76). 


O estudo também estima o tempo médio de trabalho necessário para adquirir os produtos da cesta de alimentos. Em maio, esse tempo foi de 111 horas e 37 minutos.


A pesquisa do Dieese revela ainda que para trabalhadores remunerados com o piso nacional, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, a compra de alimentos básicos para uma pessoa adulta compromete, em média, 54,84% do salário. Este valor supera o registrado em abril, de 54,36%.


Para 2022, o governo federal já propôs salário mínimo de R$ 1.147. O valor representa um aumento de 4,27% em relação ao piso vigente. Com o isso, os trabalhadores devem enfrentar o terceiro ano seguido sem aumento real (acima da inflação).



Açúcar e carne bovina ficam mais caros em 16 capitais

Entre os 13 produtos que compõem a cesta básica de alimentos, o açúcar e a carne bovina de primeira registraram aumento de preço em 16 das 17 capitais analisadas. No caso do açúcar, a moagem começou tardiamente e a produtividade nos canaviais foi reduzida. 


Já a alta da carne pode ser justificada pela forte demanda externa, os altos custos de produção e a baixa oferta de animal para o abate. As maiores variações aconteceram em Salvador (6,09%), Curitiba (5,70%) e Florianópolis (4,76%).



Outro destaque do levantamento é para o óleo de soja, que aumentou em 15 capitais, atingindo alta de até 12,75% em Curitiba. O Dieese estima que os produtores do setor alimentício tiveram dificuldades em conseguir matéria-prima, apesar da redução da demanda de óleo para a produção de biocombustível.


AgoraPB com Agencia Brasil 

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