Projeto do Hospital de Trauma da Capital visa prestar assistência a vítimas de tentativa de suicídio

De janeiro a outubro deste ano, 121 casos de tentativas de suicídio deram entrada no Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa. O número é preocupante, pois aponta para uma média de 12 atendimentos mensais. Tendo isso em vista, o setor de psicologia da unidade lançou o projeto “Ressignificando a vida”, que tem como objetivo dar continuidade ao acompanhamento realizado na instituição.
Segundo a coordenadora da equipe, Anne Michelle Paiva, a iniciativa surgiu frente a grande demanda e a proposta de ajudar os pacientes após terem recebido alta da unidade hospitalar. “Percebemos a necessidade de fazer um ambulatório no Htop (Hospital de Traumatologia e Ortopedia da Paraíba), no qual os pacientes que derem entrada vítimas de tentativa de suicídio serão atendidos pela equipe de Psicologia, tendo direito a cinco sessões de psicoterapia”, ressaltou.
As consultas são agendadas de acordo com a disponibilidade dos pacientes. “No Htop, estão sendo realizados, em média, cinco atendimentos por pessoa. Nossa proposta é que o paciente possa ressignificar esse momento e analisar bem as questões subjetivas, que o levaram à tentativa de suicídio, fortalecendo-o. Assim, poderemos fazer um encaminhamento mais consistente e consciente”, destacou Anne Michelle.
A psicóloga diarista da unidade de retaguarda, Maria Alice de Lima, chamou atenção para a importância de oferecer esse tipo de assistência às vítimas. “As tentativas de suicídio ocorrem, geralmente, quando as pessoas chegam ao seu limite, ao fundo do poço. Por isso, precisamos fazer um acompanhamento que vá além da alta, dando continuidade ao tratamento, não apenas com medicamentos”, enfatizou.
Números do Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME), da instituição, apontam para uma redução de 18% nos atendimentos a vítimas de tentativa de suicídio, em relação ao mesmo período do ano passado, no qual foram registrados 148 casos no Hospital de Trauma da Capital.
Contudo, a coordenadora da psicologia do complexo hospitalar explicou que o quantitativo ainda é elevado. “Nosso índice desses casos alto, este ano foram aproximadamente três por semana, então detectamos essa necessidade e tivemos a iniciativa”, pontuou.

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