BRASIL: PAÍS DA CENSURA E DA CONTRADIÇÃO

A imagem ao lado, foi divulgada pela Fifa no dia 23 de março do corrente ano, ocasionando um verdadeiro rebuliço junto a seguinte legenda: “Cerca de 600,000 visitantes são esperados para viajar ao Brasil para a Copa do Mundo neste verão, e se acontecer de você ser um deles, aqui estão dez dicas para evitar quaisquer mal-entendidos culturais”.

O “mal-entendido”, citado pela Fifa é em relação a adaptação que será sofrida pelos visitantes as terras tupiniquins e qual a melhor maneira de conseguir encarar uma realidade tão distante do domínio europeu.

A foto, integra uma cartilha que por sinal foi retirada de circulação pela Fifa, porém, os itens que são mencionados, muito além de perturbadores são reflexos da imagem estereotipada que os dominadores impõe sobre os dominados, e como um estigma condena o país a carregá-lo ao longo da história.

É inegável que algumas informações contidas na cartilha, são verdadeiras, até porque a finalidade da cartilha é apresentar de forma elementar conceitos e regras a serem seguidas, entre outras funções, no entanto, relatar o Brasil para o mundo como “terra de ninguém”, é a forma encontrada para manifestar repúdio a cultura latino-americana bem como introduzir uma imagem deturpada e negativada de uma população que inegavelmente é sofrida, mas se supera pela riqueza de valores humanos e culturais.

O Brasil, que sediará os jogos da Copa do Mundo 2014, é o mesmo país que oferta precariamente as condições básicas e dignas de sobrevivência ao seu povo como saúde, educação, moradia, e segurança.

No início deste ano, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), divulgou que o Brasil é o 8º país com maior número de analfabetos adultos, uma imensa contradição, tendo em vista, que o gasto para a realização da Copa do Mundo, já passa de 28 bilhões de reais.

Muito disto, está contido em como a sociedade brasileira consegue enxergar sua realidade. A fantasia denominada Copa do Mundo 2014, cria e recria uma percepção vazia e de aceitação, em detrimento do caos social que está instaurado, desse modo, como diria Stuart Hall: “"Políticos não refletem maiorias, eles as constroem”.
















*Amanda Cristina Souza é estudante de Serviço Social da UFPB, estagiária no NCDH/UFPB e Poeta nas horas vagas.




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