Davi Queiroz expõe seu trabalho em mostra individual, na capital.

O estilo de Pablo Picasso (1881-1973) e George Braque (1882-1963) a serviço da cultura nordestina: na individual do pessoense Davi Queiroz no projeto Arte na Empresa, do Hall de Exposições Energisa, o 'cubismo regional' ganha contornos em telas que fazem uma conexão entre um dos mais importantes movimentos artísticos do século 20 e elementos da terra como a música, o artesanato e a religiosidade do nosso povo.

A exposição fica em cartaz em João Pessoa até o dia 28 de março. A entrada é gratuita e o Hall de Exposições Energisa (localizado no quilômetro 25 da BR-230, no Cristo Redentor) fica aberto de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30. É a terceira mostra organizada este ano no espaço, que abriu a temporada de 2014 com as pinturas dos artistas Guariguazi e Carlos Djalma.

“Não houve um momento em minha vida em que decidi ser artista. Estava certo do que eu seria, pois sempre percebi a vida à minha maneira e a arte sempre esteve presente”, afirma o artista no release da exposição. Davi é de uma família abonada em termos estéticos: seu irmão, Eliakim Queiroz, foi um dos destaques do Salão de Artesanato da Paraíba de 2010, e participa da Casa do Artista Popular e da Associação de Artesãos de João Pessoa (Associart).

Recentemente, Davi retratou em óleo sobre tela cenários do livro O Incrível Testamento de Dom Agapito (2012), obra de Hélder Moura, escritor e blogueiro do JORNAL DA PARAÍBA.

O artista se inspirou na narrativa para representar o Castelo de Óbidos, onde se passa parte da história.

Nascido em João Pessoa, o jovem de 31 anos afirma que nunca foi um bom aluno e sempre encarou a arte como profissão: hoje, com seis anos de carreira nos pincéis, ele vive exclusivamente da venda de seus quadros, que divulga a partir das redes sociais. Além das telas, Davi faz mandalas, esculturas e arte em paredes.

Em 2009, ele participou junto com Alexandre Albuquerque e Cledir Pinheiro do projeto Arte na Rua, no Shopping Sul, registrando a memória da arte popular na Paraíba. Em 2011, estampas com a sua arte foram parar na França, quando Dyógenes Chaves e Romero Sousa estiveram na Índigo Paris 2011, a mais importante feira de design têxtil e criação do segmento no mundo. O trabalho de Davi foi exposto lado a lado com o de veteranos como José Rufino e Sidney Azevedo.

Sua estética se distingue por evocar as referências do cubismo no trabalho com símbolos que compõem a identidade nordestina, como o forró e a fé em santos padroeiros. A proposta do cubismo é representar as formas a partir da decomposição geométrica, de modo que todos os seus ângulos se apresentem diante do espectador. Sua fase inicial foi fortemente influenciada por Paul Cézanne (1939-1906). No Brasil, ganhou adeptos após a Semana de Arte Moderna de 1922, com a militância de artistas como Tarsila do Amaral (1886-1973), Anita Malfatti (1889-1964) e Di Cavalcanti (1897-1976).

COM JORNAL DA PARAÍBA.
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