MAIS UMA FRAUDE: Funai "Pariu" oito mil novos Índios na Bahia para demarcar 50 mil hectares de terra

Uma reportagem exibida com exclusividade pelo Jornal da Band, na noite desta quarta-feira (26), revelou mais um suposto esquema fraudulento, envolvendo um órgão do Governo Federal: A Fundação Nacional do Índio - Funai. 

Dezenas de pessoas estão se dirigindo à Fundação Nacional de Saúde para exigir a retirada dos seus nomes de um cadastro que vem sendo utilizado pela FUNAI para forjar o "nascimento" de aproximadamente oito mil falsos índios, na região onde pretende demarcar 47.376 hectares  nas cidades baianas de  Ilhéus, Una e Buerarema. 

As denúncias envolvendo o movimento por terras e teto, denominado "Tupinambá" abrangem irregularidades que incluem desde financiamentos bancários, à concessão de todos os benefícios em programas sociais do Governo Federal e até a aposentadoria aos 55 anos, sem comprovação de nenhuma contribuição a Previdência.

Como "nasce" um Índio em Ilhéus 

Um dos critérios para emissão do RG indígena, o Rani (Registro Administrativo de Nascimento de Índio) é o autorreconhecimento  -  a comunidade indígena tem de reconhecer a pessoa como índio. Caso a Funai tenha dúvidas sobre a etnia, deve pedir um laudo que reúne dados genealógicos e estudos antropológicos, além de depoimentos de índios que comprovem a árvore genealógica ou ascendente dos requerentes.

Em Ilhéus, segundo o depoimento de algumas pessoas aliciadas e que já pediram a retirada de seus nomes do cadastro, bastava levar a cópia dos documentos e receber o Rani, inclusive com o nome indígena já registrado. Uma ex-índia, disse ter tirado os nomes indígenas dela e do filho – “Ababicareyma” (mulher livre) e “Caiquara” (o amado) – de um dicionário de tupi-guarani.

O Rani não confere direitos por si só, mas na ausência da certidão de nascimento serve como subsídio para inclusão em programas sociais, como o Bolsa Família e cotas em universidades.

confira abaixo a reportagem da Band

BAHIA: pessoas são coagidas a fazer cadastro na Funai

Moradores eram recrutados para se inscreverem como se fossem índios para engrossar invasões de terra no sul da Bahia


Centenas de moradores são coagidos a fazer cadastro na Funai (Fundação Nacional de Índios) como se fossem índios para engrossar invasões de terra no sul da Bahia. A região vive um conflito permanente por causa da expulsão de agricultores dessas propriedades. O Jornal da Band revelou, com exclusividade, como funciona a fraude que criou uma tribo de falsos indígenas.

Apesar de a constituição proibir a ampliação de áreas indígenas desde 1988, a  Funai faz vista grossa e há quatro anos demarcou uma área de quase 50 mil hectares que abrange três municípios.

A área pretendida pela Funai fica numa região conhecida como Costa do Cacau e do Dendê. São terras ocupadas tradicionalmente há séculos por mestiços, descendentes de índios, brancos e negros que povoaram o Brasil desde os tempos do descobrimento.

Enquanto o Ministério da Justiça não dá a palavra final, mais de 100 propriedades já foram invadidas por grupos armados liderados por caciques que se dizem índios Tupinambá. Mesmo quem tem mandados de reintegração de posse é obrigado a aguardar o efetivo da polícia que é escasso na região.




Os conflitos aumentaram desde que uma base da Polícia Federal foi atacada no início do ano. Os índios são apontados como autores dos disparos. No início do mês, um agricultor foi morto a tiros e teve a orelha cortada. Quatro suspeitos são procurados, mas até agora ninguém foi preso.

Para aumentar o exército de invasores, os caciques fora da lei forjam cadastros de não índios. E em bairros da periferia de Ilhéus a lista já passa de oito mil.

Depois que o escândalo dos registros falsos veio à tona, mais de 300 pessoas procuraram voluntariamente a Funai para se descadastrar. Procurada, a Funai disse que não tutela índios e que não vai comentar a denúncia. O juiz e a procuradora responsáveis pela investigação e pelo julgamento do assassinato do líder dos produtores de cacau reclamam da ausência do estado na região.

agorapb com Band
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