Em casa, ao lado dos irmãos e da avó, o menino conta que lembra de tudo o que aconteceu. "Nasci de novo. Quando me atingiram só senti um choque que parou todo o meu corpo, caí no chão e não tinha forças para me mexer, mas vi o desespero do meu pai pedindo ajuda", descreveu Luan, referindo-se ao pai Walter Correa, de 40 anos, que ficou o tempo todo junto ao filho no hospital.
Na cama, onde vai passar a maior parte do tempo durante os próximos dias, seguindo orientação médica, Luan segura na mão esquerda o terço usado durante todo o período de internação. "Com certeza Deus fez alguma coisa por mim, tinha o terço desde antes do tiro, e agora não vou deixá-lo", disse. Para se divertir, o garoto ouve música em um aparelho de som comprado pelo pai.
Bala na nuca de garoto não deixou sequelas
(Foto: John Pacheco/G1)
Luan agradeceu todos os cuidados recebidos pela equipe médica. Ele contou que sentiu medo de ficar sem fazer as coisas que mais gosta como jogar futebol, soltar pipa e ir para a escola, onde cursa a 6ª série do ensino fundamental.
O pai da criança se emocionou ao revelar o medo que sentiu de perder o filho, desde o momento em que viu Luan levar o tiro, até a longa espera pela cirurgia. Mesmo com prazo definido pelos médicos em função do local atingido pelo disparo, Walter diz que se preocupou com o estado do filho imobilizado por quase todo o tempo de internação.
"Qualquer pai se desespera, ver meu filho lá sofrendo, não podendo comer, nem fazer o que deseja. Nessas horas, os médicos foram meus melhores amigos em dar a atenção necessária ao Luan, só tenho a agradecer por deixarem ele viver sem nenhuma sequela", agredeceu Walter, emocionado.
A recuperação do garoto deve durar 30 dias, conforme prevê o neurocirurgião Paulo André Aragão, responsável pela cirurgia em Luan.
Raio X mostra a bala alojada na nuca do garoto
de 12 anos (Foto: Dicom/PM)
Caso
A bala perdida, segundo a Polícia Militar, foi disparada por um jovem de 19 anos, que errou o alvo ao tentar atingir dois rivais a uma quadra de distância da criança que acompanhava o pai em um comércio em Santana.
"O homem que atirou já tem passagem pela polícia e ao atirar em um desafeto dele, errou o tiro, atingindo o garoto, que não tinha nada a ver com a situação", confirmou o sargento Herinaldo Nascimento, da Polícia Militar.
O suspeito de ter efetuado o disparo fugiu do local, mas com a ajuda de testemunhas, a Polícia Militar ainda conseguiu capturá-lo. Ele foi preso e apresentado na Central de Flagrantes da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Santana, de onde seguiu para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
COM G1.
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