Alexandre Farto utiliza técnicas de carpintaria para esculpir rostos anônimos e de personalidades nos muros de grandes cidades.
"Me interesso por regiões que estão abandonadas ou em transformação, passando por projetos de reabilitação, por exemplo. Normalmente, começo a frequentar o lugar, conheço as pessoas que estão sendo atingidas pelas mudanças, deixo que elas falem, fotografo e faço alguma intervenção com o rosto. Pode ser num resto de muro, numa casa que será demolida... — explica Alexandre. — A ideia não é criticar, mas refletir um pouco sobre o impacto dessa transformação na vida das pessoas que sempre viveram naquele determinado espaço".
Para chegar à imagem, Alexandre primeiro cria o desenho, com estêncil ou à mão, numa superfície qualquer. Depois, faz algumas marcações de onde será preciso escavar menos ou mais fundo. É aí que entra em cena sua coleção de martelos, espátulas e cinzéis para quebrar, descascar, raspar. Já chegou a usar até explosivos. Seu lema principal é “construir destruindo”.
— A ideia é transformar o ato destrutivo em força criativa para exaltar a cidade, a partir do contraste entre o velho e o novo — diz o artista, que tem ainda pinturas feitas com ácido e trabalhos em ferro à mostra em galerias de Portugal, Inglaterra, França e China. — O caos da cidade me fascina.
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