Benjamin defende revisão no limite de agrotóxicos: uso no Brasil é 5 mil vezes maior que na Europa

O deputado federal Benjamin Maranhão (SD) defendeu a revisão do limite permitido para o uso de agrotóxicos no Brasil. Segundo ele, estudo recente realizado por uma pesquisadora da Universidade de São Paulo, mostrou que o uso dessas substâncias em terras brasileiras é 5 mil vezes maior que na Europa e que, por dia, 8 brasileiros são contaminados por agrotóxicos.

“Precisamos rever nossa política que estabelece o nível de agrotóxico permitido em nossas lavouras. Sabemos que ainda não é possível bani-los, mas nossa defesa é que o Governo Federal possa usar como parâmetro os mesmos critérios utilizados no exterior”, ressaltou o parlamentar neste 11 de janeiro, Dia do Controle pela Poluição por Agrotóxicos.

Os resultados do estudo “Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia”, realizado pela pesquisadora Larissa Mies Bombardi, do Laboratório de Geografia Agrária da Universidade de São Paulo, mostrou ainda que o nível de intoxicação é bem maior e ainda desconhecido. “A estimativa é que, para cada caso notificado, existam 50 sem notificação. Entre os anos de 2007 e 2014, mais de um milhão de brasileiros foram intoxicados por agrotóxico e um quinto das vítimas são crianças e adolescentes”, relatou o deputado.

Ele lamentou que, para agravar ainda mais o quadro, em 2015, o Governo Federal tenha deixado de publicar os casos de intoxicação por agrotóxicos. “Além disso, esses casos não representam o real perigo que essas substâncias podem provocar na saúde humana, já que há forte relação entre elas e algumas doenças crônicas”, comentou.

Benjamin contou que, de acordo com o estudo, o Brasil tem 504 agrotóxicos de uso permitido. Porém, desses, 30% são proibidos na União Europeia – alguns há mais de uma década. Esses mesmos itens vetados estão no ranking dos mais vendidos no mercado brasileiro. O acetato, tipo de inseticida usado para plantações de cítricos, é o terceiro da lista. Enquanto a União Europeia limita a quantidade máxima que pode ser encontrada do herbicida glifosato na água potável em 0,1 miligramas por litro, o estado brasileiro permite até 5 mil vezes mais.

O parlamentar denunciou que os trabalhadores rurais são as principais vítimas da contaminação, em seguida estão as pessoas que vivem em regiões próximas às plantações. “Essa contaminação por agrotóxico não tem público alvo, mas há sim uma população mais suscetível a esse problema e é justamente a classe trabalhadora. Por isso, insisto que precisamos rever nossa política sobre o uso dessas sustâncias”, defendeu Benjamin.

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