Governo do Estado encerra curso de vigilância em processos de trabalho em postos de combustíveis

O Governo do Estado, por meio do Centro de Referência Estadual de Saúde do Trabalhador (Cerest), encerrou, nesta sexta-feira (27), o curso “Vigilância de Ambientes e Processos de Trabalho em Postos Revendedores de Combustíveis com Ênfase no Benzeno”.  Realizado em parceria com a Fundação Jorge Duprat e Figueiredo Fundacentro, de Pernambuco, o curso foi realizado de 24 a 27 de outubro, na Escola de Serviço Público do Estado da Paraíba (Espep).

Com o objetivo de discutir um modelo de intervenção das condições de saúde e segurança no trabalho em postos de revenda de combustíveis, o curso foi voltado para técnicos dos Cerests, da Vigilância Sanitária, Epidemiológica e Ambiental, Auditores Fiscais do Trabalho, Analistas Periciais do Ministério Público do Trabalho e do INSS, além de Dirigentes Sindicais do setor.  O curso foi ministrado por Alexandre Jacobina, gestor ambiental e ex-coordenador da Vigilância em Saúde do Trabalhador do Estado da Bahia; e Arline Arcuri, doutora em Ciências, pesquisadora da Fundacentro (CTN-SP).

Durante os quatro dias de curso, foram abordados diversos assuntos relativos ao tema, como origem e utilização do benzeno, efeitos do benzeno à saúde e caracterização da exposição, introdução à Vigilância de Ambientes e Processos de Trabalho em Postos de Revendas de Combustíveis (PRC), uso de instrumentos e métodos para inspeção, caracterização básica dos PRC, mapeamento dos fatores de risco e determinantes dos agravos à saúde, medidas de prevenção, entre outros.

Na quinta-feira (26), foram realizadas visitas técnicas a dois PRC, e no encerramento foram apresentados os dados colhidos durante a visita técnica, além da avaliação do curso e entrega de certificados. De acordo com o auditor fiscal da Superintendência Regional do Trabalho e chefe do Núcleo de Segurança em Saúde no Trabalho, Clóvis da Silveira Costa, o evento é importante por abordar uma preocupação com um perigo invisível. “Quando se fala de postos de gasolina, normalmente o único perigo que as pessoas pensam é o de explosão. Porém, para o trabalhador destes locais, que passa boa parte do seu dia ali, existe uma exposição constante a produtos químicos, entre eles o benzeno, que é uma substância cancerígena. Esse perigo não é só para o trabalhador, como também para os clientes e toda comunidade circunvizinha ao posto. Estarmos unidos aqui buscando uma solução para esse problema é de extrema importância”, disse.

O gestor ambiental e ex-coordenador da Vigilância em Saúde do Trabalhador do Estado da Bahia, Alexandre Jacobina, explicou que o curso faz parte de um projeto nacional que o Ministério da Saúde vem apoiando, no sentido de formar técnicos do SUS e profissionais de outras áreas, para fazer a vigilância da saúde do trabalhador de PRC, dando ênfase ao perigo do benzeno. Ele elogiou a participação dos profissionais paraibanos. “Venho realizando esse curso em várias cidades do país, e estou muito satisfeito, pois percebi uma ótima aceitação por parte dos alunos da Paraíba, que se mostraram empenhados em todas as atividades. Espero que a Paraíba  toque essa ação à frente. Nosso trabalho não tem conotação punitiva ou de fiscalização. Queremos diminuir ao máximo os riscos de se trabalhar em PRC. Os postos de combustíveis aqui em João Pessoa são verdadeiros shopping centers, e muitas vezes nos esquecemos que ali existem substâncias químicas que, além do risco de incêndio, a constante exposição a essas substâncias podem causar várias doenças”, disse.

A coordenadora do Cerest-PB, Celeida Barros, ressaltou a preocupação do Governo do Estado com a saúde dos trabalhadores dos PRC. “É preciso olhar para o adoecimento do trabalhador em postos de gasolina, que é um adoecimento silencioso. A gente não pode ver o benzeno, mas ele está lá e esses trabalhadores inalam benzeno diariamente. Estamos aqui capacitando nossos técnicos para começarmos a fazer inspeções, buscando assim mudar a realidade desses trabalhadores expostos às doenças. As pessoas expostas ao benzeno não adoecem assim que começam a trabalhar nos postos de combustíveis. O processo de adoecimento é acumulativo e muitas vezes a doença se manifesta depois de 10, 15, 20 anos, principalmente câncer e leucemia. Nosso trabalho, a partir de agora, é diminuir esse risco”, explicou Celeida.

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