Pelo menos 70 clientes da Caixa foram vítimas de quadrilha que roubava valores de poupanças, diz PF.

Pelo menos setenta clientes da Caixa Econômica Federal foram vítimas do esquema criminoso investigado pela Operação Duas Caras, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (15). Através da ajuda de um funcionário de carreira do banco, os criminosos desviaram R$ 1,3 milhão dos clientes, segundo a Polícia Federal (PF).
O alvo dos criminosos eram os clientes com contas com grandes saldos que não tinham histórico de movimentação, segundo a PF. Entre eles estão aposentados, empresários e um jogador de futebol. As vítimas lesadas foram ressarcidas pela Caixa, afirmou a PF.
Até a publicação da reportagem, 12 pessoas tinham sido presas e um dos mandados de prisão ainda estava em aberto porque o alvo não foi localizado. Vinte pessoas foram indiciadas pela PF.
Os presos serão levados para a Superintendência da PF, em Curitiba.
Sérgio Rodrigues de Oliveira foi preso em Curitiba e é suspeito de liderar o esquema. De acordo com o delegado Rodrigo Martins Morais da Silva, o líder ficava com grande parte do valor. Para o funcionário da Caixa Francisco Casamasmo Júnior, era repassado 20% do valor desviado. Os demais criminosos recebiam um percentual menor.
O funcionário atuou em uma agência na Região Metropolitana de Curitiba e foi transferido para a Paraíba. Ele foi preso em João Pessoa.
O G1 tenta contato com os advogados de Sérgio Rodrigues de Oliveira e de Francisco Casamasmo Júnior.
Em nota, a Caixa Econômica Federal informou que "está colaborando com as investigações da Polícia Federal e que manterá cooperação integral com os trabalhos".
Os crimes investigados na operação são furto qualificado, estelionato qualificado, peculato, que é quando um funcionário público se apropria de valor ou bem público, uso de documento falso, falsificação de documento público e associação criminosa.
Entenda como funcionava o esquema
O esquema funcionava em seis etapas, sendo a última a parte das transações financeiras como saques nos caixas eletrônicos nos valores de R$ 1,5 mil e de R$ 5 mil na boca do caixa.

O funcionário da Caixa pesquisava e identificava contas poupança de clientes com grandes saldos e que não apresentavam histórico de retiradas. 
O funcionário informava todos os dados ao líder do grupo, que repassava para os demais integrantes da quadrilha. 
Com os dados dos clientes, os criminosos falsificavam os documentos com as mesmas fotos dos documentos originais, inclusive, com a ajuda de funcionários de cartórios, segundo a PF. 
Na sequência, os criminosos se passavam pelos clientes e ligavam para a Central de Atendimento da Caixa e informavam a perda do cartão. Como todos os dados falsos batiam com o cadastro dos clientes, o funcionário que estava do outro lado da linha efetuava o procedimento de cancelamento e fazia o pedido de outro cartão para o endereço original dos clientes.
Para obter os cartões, os integrantes da quadrilha iam até as proximidades do endereço dos clientes para esperar a entrega dos Correios. Ao perceber a presença dos carteiros, os criminosos fingiam ser os reais donos dos cartões e interceptavam o funcionário dos Correios, que acabava entregando os objetos. 
Com os cartões em mãos, os "executores" do crime iam até as agências e, com a documentação falsa, os desbloqueavam e efetuavam os saques. Segundo a PF, foram realizadas aproximadamente 400 transações financeiras.
Mandados judiciais
Ao todo, a Operação Duas Caras expediu 56 mandados judiciais, sendo 23 de busca e apreensão, seis de prisão preventiva, sete de prisão temporária, 13 de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento, seis de sequestro de bens e um mandado de suspensão do exercício da função pública por equiparação.
Até a publicação da reportagem, um dos mandados de prisão ainda não tinha sido cumprido. A PF não especificou se a ordem é temporária ou preventiva.
No Paraná, os mandados foram cumpridos em Curitiba, Colombo, Fazenda Rio Grande, Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Matinhos e Guaratuba; em Santa Catarina, em Palhoça; e na Paraíba, em João Pessoa.





G1

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