Ex-capitão lamenta não salvar Adriano Imperador da depressão

Craque da Inter de Milão e da Seleção Brasileira, Adriano teve a carreira abreviada por problemas fora de campo. O Imperador sofreu com uma depressão que afetou diretamente o desempenho dele dentro das quatro linhas. Em entrevista ao site TuttoMercato, o argentino Javier Zanetti, ex-capitão da equipe italiana, contou que o brasileiro tinha potencial para ser um dos melhores jogadores do mundo, mas sofreu com a perda do pai e não conseguiu ser salvo por seus companheiros de time. 

Adriano jogou na Inter entre 2001 e 2002 e, depois, entre 2004 e 2009. Na segunda passagem, o atacante fez muito sucesso com a camisa 10 da equipe e ficou marcado como um dos grandes goleadores do estádio Giuseppe Meazza.

Javier Zanetti também fez história no clube de Milão, vivendo quase toda a sua carreira na Inter. Entre 1995 e 2014, o argentino acumulou 858 jogos e foi uma grande liderança por lá. Hoje, ele é dirigente da equipe italiana.

"Quando Adriano marcou aquele gol no Real Madrid, eu disse a mim mesmo que tínhamos encontrado o novo Ronaldo", falou Zanetti, a respeito do belo gol de falta marcado pelo Imperador em 2001, logo em sua estreia pela Inter. O argentino continuou: "Mas ele veio da favela, coisa que me assustava porque eu estava lá e vi o perigo. Quando você fica rico a partir do zero, tudo se torna mais insidioso".

Em 2004, o pai de Adriano faleceu. "Quando veio o anúncio da morte de seu pai, nós estávamos na sala. Ele bateu o telefone e começou a gritar de uma forma que ninguém pode imaginar. Eu me arrepio até hoje", lembrou o ex-capitão.

"Desde aquele dia, eu e Massimo Moratti (ex-dono da Inter) tratamos ele como um irmão mais novo. Ele continuou a jogar futebol, marcar gols e dedicá-los a seu pai, apontando para o céu. Mas depois desse telefonema, nunca mais foi como antes", comentou Javier Zanetti.

Já no fim de sua trajetória na Inter, Adriano foi emprestado para o São Paulo. Com a 10 do Tricolor Paulista, o Imperador fez sucesso: 17 gols em 28 jogos disputados. De lá, seguiu para o Flamengo, onde já havia atuado no início da carreira. Na nova passagem, o craque colecionou 48 partidas e 34 gols. Foi seu último bom momento na carreira. Depois do Fla, ele ainda passou por Corinthians e Atlético Paranaense, no Brasil, mas com poucas atuações e sem destaque. No Timão, foram apenas dois gols marcados em oito partidas. Um deles (o da vitória contra o Atlético Mineiro), porém, foi importante na campanha do título brasileiro de 2011.

O Atlético Paranaense deu uma chance ao Imperador em 2014, após o atacante acumular polêmicas e passar um bom tempo longe dos gramados. O resultado não foi o esperado e Adriano deixou Curitiba com somente quatro jogos e um gol.

Com a camisa da Seleção, Adriano foi destaque. Marcou 29 gols em 50 jogos e conquistou os títulos da Copa América 2004 e da Copa das Confederações 2005. Foi artilheiro de ambos os torneios, inclusive marcando o gol salvador contra a Argentina, nos acréscimos.

"Nós não fomos capazes de retirá-lo do túnel de depressão. Esta foi a minha maior derrota. Eu me senti impotente", declarou Zanetti sobre o Imperador.

O ex-capitão ainda relembrou uma passagem, quando Ivan Cordoba dividiu o quarto com Adriano, disse que ele era uma mistura de Ronaldo com Ibrahimovic e perguntou se ele estava ciente de que iria se tornar o número um do mundo. Considerado um dos melhores do planeta um dia, Adriano sofreu uma decadência muito forte na carreira e hoje, aos 35 anos, não parece próximo de voltar ao futebol.

Portal Correio
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