Hospital fecha portas após Eleições em Desterro, no Sertão da Paraíba

O Hospital Ana Nunes Leite, na cidade de Desterro, no Sertão paraibano, está de portas fechadas desde o dia 2 de outubro, logo após as Eleições, segundo moradores do município. Alguns postos de saúde também foram encontrados fechados. Além disso, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade estão funcionando de forma precária.
Uma equipe da TV Paraíba foi até a cidade conferir a situação dos três postos de saúde da cidade. No bairro São Cristóvão, a UBS Janete Fonseca Carneiro estava fechada. No Centro da cidade, a unidade Jânio Helder também estava de portas fechadas e não havia ninguém dentro do local. Na terceira e última unidade visitada, no Bairro do Alto, as portas estavam abertas, mas não havia médico para fazer atendimento no local.

Segundo a agricultora Luzimary Morais, o fechamento do hospital ocorreu logo após a apuração dos votos nas urnas eletrônicas, revelando que a atual prefeita da cidade, Rosângela de Fátima Leite (PSB), não foi reeleita. “Depois que a prefeita soube que tinha perdido nas urnas, simplesmente fechou e até hoje não está aberto”, disse a moradora.
“Faz muito tempo que os doentes precisam pegar uma receita [médica] para hipertenso e muitas vezes vêm e não tem médico ou os postos estão fechados. Já aconteceu uma vez comigo, que eu fui ao hospital, o médico do hospital estava atendendo e me reclamou porque eu tinha que vir para o posto [de saúde], mas não tinha médico do posto”, disse a aposentada Maria de Lurdes Andrade. 
Secretaria diz que não tem responsabilidade
O secretário de saúde de Desterro, Rubens Marques, disse que o hospital não é municipal e que é administrado por uma associação médica assistencial de Desterro, que recebia repasses do Governo do Estado, por meio de convênio. Segundo ele, os repasses tinham sido suspensos.
Rubens Marques destacou que a prefeitura só colaborava cedendo pessoal, veículos e recursos para a compra de medicamentos. Ainda segundo o secretário, o fechamento do hospital não teria sido determinado pela prefeita e que a prefeitura não tinha responsabilidade direta.
Sobre a situação dos postos de saúde, o secretário Rubens Marques afirmou que eles estão funcionando normalmente e que, quando a equipe da TV Paraíba estava na cidade, uma unidade de saúde estava fechada porque a equipe havia saído para atendimentos na zona rural.
Sobre a falta de repasse que estaria ocorrendo por parte do Governo do Estado, o G1 entrou em contato com assessoria da Secretaria de Saúde do Estado da Paraíba, mas até 16h33 não teve resposta. Segundo a prefeitura, a administração do hospital é feita pela Fundação Médica Assistencial de Desterro. O G1 também tentou encontrar em contato com a instituição filantrópica, mas as ligações não foram atendidas.
Salários atrasados
Além do problema na saúde, funcionários denunciam que apenas alguns trabalhadores receberam o pagamento referente ao mês de setembro deste ano. A prefeitura de Desterro tem cerca de 420 funcionários, entre efetivos, comissionados e contratados. Com medo de ficar sem receber, os funcionários ameaçam paralisar as atividades e vão procurar o Ministério Público.
“Não recebi o último salário, inclusive, pessoas da mesma secretaria que recebem hora extra e gratificação de função falam que já receberam. No meu caso [a prefeitura] não vem pagando a hora extra, nem gratificação há vários meses. Mas, meu salário mínimo não foi pago ainda este mês”, contra o motorista Valdeci Olegário.
O professor Cícero Cassimiro também relata o problema com pagamentos de salários. “Eu conferi meu saldo e ainda não tinha caído o dinheiro. Lamentavelmente nós queremos repudiar esse fato, porque isso não justifica o fato de uma gestão perder um mandato democraticamente nas urnas e simplesmente não pagar aquilo que é de direito da gente.
Problema no sistema
A assessoria de imprensa da prefeitura de Desterro informou que os problemas com o pagamento dos salários dos funcionários está ocorrendo devido a um erro no sistema e que por este motivo algumas pessoas ficaram sem receber o salário. Ainda segundo a assessoria, a prefeitura está resolvendo o problema.


Fonte:G1
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