Líderes religiosos recorrem à ciência para ajudar fiéis com depressão

A fé é um refúgio para muitas pessoas que sofrem com depressão. Sabendo disso, líderes religiosos de várias crenças têm procurado cursos de psicologia para ajudar os fiéis com embasamento científico. O JPB 1ª Edição exibiu, ao longo desta semana, uma série de reportagens sobre a depressão.

Uma bancária, que preferiu não ser identificada, explicou que a religião a ajudou a superar a depressão. “Eu imaginava que Deus poderia me curar, que eu ia sair daquele buraco onde eu estava. Meu pai ligava pra mim de meia-noite e lia a palavra da bíblia pra mim e aquilo ia me acalmando até que eu conseguia dormir”, lembrou.
Porém, ela nunca deixou de confiar também nos médicos. “Eu ainda continuo tomando antidepressivos, eu ainda continuo indo nas sessões de terapia, eu ainda continuo indo pro meu psiquiatra, mas a evolução que eu tive dentro desse um ano e meio eu também devo a Deus, à minha fé”, contou.
O pastor evangélico Estevam Fernandes, que também é psicólogo, concorda com a postura da bancária. “Eu sou contra qualquer líder religioso que insinue a dispensa de medicação, porque você despreza a ciência. Não pode fazer isso. E ainda mais se colocar elementos apavorantes, por exemplo 'isso é coisa do diabo', 'tá repreendido em nome de Jesus', 'tá amarrado, Satanás'. O paciente lhe procurou porque está sofrendo”, explicou.
Para ele, a fé tem que servir com uma aliada à ciência na luta contra a doença. “Eu tenho que abraçar, tenho que afagar, entender aquela linguagem e colocar-me como uma ponta de esperança e não como um fator apavorante”, disse.
O padre Marcílio Cavalcanti explicou que fez um curso de psicologia e que, lá, encontrou outros líderes religiosos, como pastores e integrantes da doutrina espírita. Juntos, eles descobriram que a fé ajuda muito quem tem depressão, mas ela, por si só, não é suficiente.
“Muitas vezes, a pessoa não vai procurar mais ninguém, ela vai procurar o padre. Então eu sinto uma responsabilidade de poder escutar, fazer uma boa escuta, de poder, às vezes, refletir algo que aquela pessoa está precisando e animá-la a continuar sua luta”, pontuou.

Fonte:G1
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