GENTILEZA: Uma Riqueza Empobrecida?

Apagaram tudo, pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro tristeza e tinta fresca
Nós que passamos apressados pelas ruas da cidade 
Merecemos ler as letras e as palavras de gentileza
(Intérprete – Marisa Monte)

Dizem que ser gentil, é ser amável, solidário, delicado e gracioso, porém o que presenciamos ultimamente em nosso cotidiano é exatamente o oposto. Estamos sempre muito apressados para os nossos compromissos, para o caminho do trabalho e na mente as obrigações a cumprir. Planejamos o fim de semana e também feriados e tudo parece estar sempre ocorrendo de forma harmoniosa, esquecemos apenas os detalhes que passam despercebidos em meio a um turbilhão de informações que passeiam aos nossos olhos.

Os detalhes são enriquecedores. É a partir dele que encontramos o sentido do bom dia, boa tarde, boa noite, muito obrigada, por favor. Não apenas manual de etiqueta, essas palavras possuem uma magia única e são determinantes para as relações sociais, para o convívio em comunidade e para nós, indivíduos partícipes dessas relações. 

Estamos ausentes ou mesmo descrentes do que é bom e agradável, dizer que somos individualistas não encerra as razões para o descaso com o próximo ou mesmo falta de educação. Crescemos e aprendemos que existem normas sociais que irão delinear o nosso convívio em sociedade, mas como “cada cabeça uma sentença”, estamos vulneráveis a descortesia por partes dos indelicados. 

A gentileza diariamente parece estar entrando em extinção! Caminhamos de olhos vendados, não queremos enxergar o que está ao nosso redor. Sem dúvidas, o Profeta Gentileza (1917-1996) teria muito a dizer e a revelar as almas incautas que acreditam que é no imediatismo que encontrarão as respostas de suas vidas. O Profeta dedicou seus dias ao agradecimento e a gentileza para com o próximo. José Datrino como era chamado, ensinou que apenas com a interação entre os homens seria possível o convívio. 

Incrivelmente, a gentileza uma das maiores riquezas que poderíamos cultivar em nossos dias, vai se distanciando de modo assustador. Está ficando empobrecida de sentido e motivo para se manter presente. Por que perder tempo sendo gentil? O que ganho com isso? São essas as interrogações presentes nos indivíduos que acreditam com veemência que viver em comunidade é viver só, é a interrogação de quem busca equilíbrio e sucesso em uma caminhada solitária, é a interrogação de quem acredita que gentileza não gera gentileza.





*Amanda Cristina Souza é estudante de Serviço Social da UFPB, Poetisa nas horas vagas e escreve para o www.agorapb.com.br aos domingos.


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