Corpos bronzeados, magreza excessiva, culto a beleza exacerbada, e a tentativa de uma perfeição inexistente, encontra espaço para um enorme vazio que constitui o homem da contemporaneidade, bem como uma procura incessante em torno de um consumo cultural e alimentar que não conseguirá definir a constante insatisfação gerada a partir do modismo que tem em sua reprodução o telhado de vidro para seres vulneráveis.
A prática do culto à beleza tem na mídia um poder descomunal para alimentar a indústria cosmética e suas variantes, tendo em vista, que o indivíduo se torna escravo de um padrão estético artificial que anula sua identidade e retira a essência de sua criticidade, transformando-o em fantoche do sistema do consumo.
Somos vitrines de um mercado onde é aceito o jovem, magro, alto, cabelos lisos, pele clara, de “boa família”, com modos, estudado, que se expresse bem, e que acredite fielmente que a indústria da beleza reproduz uma realidade comum, inofensiva e idealizadora.
Cultuar excessivamente a beleza traz riscos físicos, psicológicos que reflete a fragilidade emocional a qual estamos submetidos em virtude da desastrosa tentativa em permanecer estático ao padrão estabelecido.
Redesenhamos o nosso corpo e consequentemente atribuímos um valor superficial que corrobora para uma satisfação que não ilustra o que somos e que redireciona o nosso olhar a inúmeros questionamentos que fragmenta nossa percepção a um unilateralismo vago e solitário.
Ter vaidade é fundamental, porém, não podemos nos tornar objetos de nossos medos e inseguranças, a vaidade está incutida também na aceitação de si próprio, no desejo de viver, na alegria do dia a dia, no equilíbrio e paz espiritual, que permita ao nosso espelho interior, vislumbrar a essência da vida, no qual o olhar estético esteja muito além do material mas também no imaterial.
*Amanda Cristina Souza é estudante de Serviço Social da UFPB, estagiária no NCDH/UFPB e Poeta nas horas vagas.
Comentário via Blogger
Comentário via facebook